Minha Morte!Sua Loucura!

Capítulo 113



Depois de ter um surto, acabei me sentindo aliviada; a Luna do passado já havia morrido.

Eu não era mais a Luna.

Não seria mais manipulada pelo Adonis.

Os pesadelos que ele me causou e os favores do passado, eu já tinha retribuído.

Há muito tempo não lhe devia nada; era ele quem me devia.

Me devia uma vida, a vida do filho que eu carregava no ventre.

Quando estava de saída, meu celular tocou.

Era a Mafalda.

“Lana, a polícia conseguiu recuperar o celular da Luna. A gravação da última ligação que ela fez antes de morrer foi… encontrada”.

Antes de ir para Vila Velha, gravei toda a conversa que tive com Morgana.

Foi a decisão mais inteligente que tomei.

Eu não confiava em Morgana, desde que ela me acusou de tê-la empurrado escada abaixo.

Fico feliz por ter gravado tudo.

“Eu já contei ao Adonis, você quer vir e ouvir?”, perguntou Mafalda.

“Claro que sim. Vou aproveitar a oportunidade para ver a cara do Adônis”, eu disse, quase rosnando, tamanha era a minha antipatia por ele.

Agora, finalmente, eu podia entender por que aquelas mulheres frágeis e delicadas se tornavam perseguidoras após a morte; o ódio se acumula com a morte e não desaparece.

O quanto eu o amava em vida é proporcional ao quanto eu esperava que ele me salvasse no momento da minha morte, e agora o quanto eu o odeio. Copyright by Nôv/elDrama.Org.

“É uma pena que Morgana tenha dito que estava com dor de estômago e foi para o hospital. Seria interessante se ela viesse”, disse Mafalda com uma voz profunda.

Talvez a única pessoa que odiava Adônis e Morgana tanto quanto eu era Mafalda.

Eu ri ironicamente: “Ela? Ela já ouviu a história do lobo mau tantas vezes… quem sabe se é uma dor de barriga ou se ela está apenas fugindo.”

Mas isso não importava, não era mais relevante. Observar a expressão de Adonis seria divertido o suficiente.

“Vou assistir ao show”, eu disse, desligando o telefone e sorrindo para o Fábio.

Ele pareceu confuso por um momento e depois falou, um pouco rígido: “Você ainda… odeia ele?”

Eu sabia que ele estava se referindo ao Adonis.

“Eu o odeio”, respondi com sinceridade.

Ele soltou minha mão lentamente e olhou com altivez para fora da janela do carro.

Eu estava confusa.

“Ele não é uma boa pessoa…”. Depois de um silêncio constrangedor, Fábio murmurou, ainda olhando pela janela: “Ele não merece isso”.

Não achei que Fábio tivesse me reconhecido; na melhor das hipóteses, pelo que parece, ele me viu como uma substituta.

Ele se virou e olhou para mim, furioso como um cachorro grande e provocado: “Eu sou… mais obediente.”

Ele disse que era mais obediente.


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