Minha Morte!Sua Loucura!

Capítulo 32



Capítulo 32

Scobri mais tarde que ele me abandonou agonizante no hotel naquela noite porque o pai de Morgana havia adoecido. Sofreu um acidente vascular cerebral enquanto bebia, e o tratamento hospitalar e a recuperação subsequente custaram uma pequena fortuna.

Adonis, que exigia sempre o melhor, optou por uma suíte privativa, a melhor equipe de enfermagem, os médicos mais competentes e os cuidados de reabilitação mais avançados.

Ele não hesitou em gastar dezenas, centenas de milhares ou até milhões com Morgana….

Entretanto, em relação a mim, sua avareza era extrema.

Morgana desfrutava de seus favores como se fosse seu direito, enquanto eu carregava um fardo pesado. Eu estava em divida com ela: por uma vida salva, pelos corpos inteiros de meus pais e por uma dívida de gratidão e dinheiro que talvez eu nunca pudesse pagar.

Por muito tempo, confundi gratidão e culpa com amor, incapaz de discernir ou separar esses sentimentos.

Às vezes, eu me perguntava: eu realmente amava Adonis? E o que eu amava nele?

Será que eu amei o momento em que ele me salvou, o momento em que ele se jogou no carro em chamas para remover os corpos dos meus pais?

O olhar de preocupação e medo de me perder quando o veículo explodiu?

Devo ter sido tola por pensar assim.

Achei que Adonis se importava comigo.

Cheguei a pensar que ele poderia ter me amado.

Mas tudo não passou de uma ilusão.

Até o meu amor por ele parece uma lembrança distante agora.

“Luna, que tipo de cara você tem para continuar se apegando à familia Tavares sem sair? Você já era adulta quando entrou para a família Tavares, não tem vergonha? Você só está aqui para se aproximar do Adonis, não é?“, disse Morgana no dia em que caiu da escada da mansão, logo após eu ter recebido alta do hospital.

Minha tia tinha ido para a Cidade Sonho Sempre que minha tia saía, eu ficava com medo, pois, sem ela, ninguém me protegeria.

Adonis se tornou ainda mais cruel comigo naquela casa.

Pensei em fugir várias vezes, em me esconder num dormitório ou alugar um porão, qualquer coisa.

Mas sempre era encontrada por Adonis, que me interrogava friamente sobre até quando continuaria com minhas encenações.

“Luna, essa encenação toda já não está surtindo efeito“, disse Morgana, me olhando com desdém enquanto estava beirando a escada: “Você sabe o que falam por aí? Que você traz azar, que foi responsável pela morte dos seus pais e que, desde que entrou na Familia Tavares, o pai do Adonis vive doente. Que tipo de pessoa você é para continuar por aqui?”

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“Calada a boca“, eu retruquei, perdendo o controle emocional, provocada por Morgana.

Pois aquele dia marcava a morte dos meus pais.

Nos primeiros anos que passei na Família Tavares, o Adonis ainda lembrava dessa data, mas depois

esqueceu.

“Se fosse você, já tinha morrido“, zombou a prima de Morgana, enquanto os amigos do Adonis riam de

mim.

Eles não me enxergavam como um ser humano.

“O Adonis ainda não voltou.”

“Luna, ouvi dizer que você está carente de homem? Vem cá, deixa o irmão aqui te consolar enquanto o Adonis não tá“, disseram eles, com palavras nojentas que me faziam tremer.

“Vamos, desce comigo“, Morgana agarrou meu pulso, tentando me arrastar escada abaixo.

Recuei com medo e, na minha luta, vi Morgana soltar minha mão de propósito, sorrindo friamente antes de rolar escada abaixo.

Todos ficaram chocados e se levantaram abruptamente.

Olhei para Morgana caída no chão, em uma poça de sangue, e depois para o Adonis, que acabara de entrar e estava parada na porta, negando com a cabeça em pânico.

Não fui eu, não fui eu.

Mas ninguém acreditaria em mim.

Mesmo que todos, exceto Adonis, vissem que não tinha sido eu, ninguém falaria em minha defesa.

“Luna! Como você pode ser tão cruel!” – A irmã de Morgana avançou sobre mim, me esbofeteando e me atacando com socos e chutes.

Eu estava encolhido no canto, segurando minha cabeça, sem ousar fazer qualquer movimento.

“Não fui eu…”

De verdade, não fui eu.


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