O Magnata pai de trigêmeos

Capítulo 16



Capítulo 16

Certo dia, um cliente especial marcou um procedimento noturno na clínica e alguns funcionários tiveram que trabalhar até mais tarde. Às seis da tarde, Anne estava prestes a comer o pão que havia preparado, quando seu celular tocou. Ela viu o identificador de chamadas e atendeu dizendo:

― Vou trabalhar até tarde, hoje. ―

― Eu sei! É por isso que te trouxe um jantar decente e, espero, delicioso. ―

Anne caminhou até a recepção e viu Tommy sentado, esperando por ela. Mesmo tendo ficado lisonjeada, a jovem sempre se lembrava das palavras de Anthony e arrepiava, por isso, se aproximou, dizendo:

― Eu já não disse que você não precisa me trazer comida? ―

Tommy sorriu, segurou a mão da jovem e a puxou para mais perto, enquanto dizia:

― Disse! Mas… Não é pra trazer, nem uma vez? ―

Quando ele a tocou, ela estremeceu e sentou-se, impotente, enquanto olhava o capricho com que a comida tinha sido escolhida para satisfazer seus gostos. Sentindo-se impotente, Anne perguntou:

― Por que você é tão legal comigo? ―

Tommy tinha um olhar gentil, ao responder:

― Serei legal com você e tudo o que você precisa fazer é aceitar. Sem pressão. Assim como era quando você morava na Mansão Marwood. Se você quiser não precisa nem me considerar um primo, pode até me chamar de irmão. ―

“Irmão…” Anne olhou para baixo. Todos os seus pesadelos começaram quando ela chamou Anthony de ‘irmão’. Por isso, ela jamais teria coragem de chamar Tommy dessa maneira. A verdade é que ela

sentia que não deveria ter se encontrado com Tommy uma segunda vez, nem uma terceira…

― Se você não comer agora, vai esfriar e meu esforço será em vão ― Tommy estendeu a mão para bagunçar o cabelo de Anne, cuidando dela com carinho e atenção.

Anne arrumou o cabelo e reclamou:

― Eu não sou criança. Por que você me trata desse jeito? ―

Tommy riu e respondeu: Material © of NôvelDrama.Org.

― Desculpa, não faço mais isso. ―

Olhando para o rosto adorável de Anne, ele pensou que apesar de ela ter vinte e poucos anos, ele ainda a via como uma criança.

― Tá bom, eu te desculpo! Agora, mudando de assunto, como está o Sr. Weir? ― Anne lembrou.

― Ele fundou a clínica e cuidou dela como uma filha. No fim, foi forçado a vendê-la. Mais importante, o comprador nem apareceu pessoalmente e pagou em dinheiro. Ele deve ter se sentido péssimo ― disse Tommy.

― O comprador é muito poderoso, né? Você sabe quem é ele? ― Anne estava curiosa. Será que ele era tão poderoso quanto Tommy? Afinal, se não fosse, Tommy teria sido capaz de ajudar Robin, mas nem ele conseguiu.

Anne esperava que surgisse alguém poderoso o suficiente para acabar com Anthony. Mas, Tommy respondeu, acabando com a esperança da jovem:

― Ouvi dizer que foi alguém do Grupo Arquiduque, então não pude ajudar Robin. ―

Ao ouvir isso, a única esperança de Anne desapareceu e seu rosto ficou pálido, enquanto ela pensava: “Foi o Anthony quem comprou a clínica? Mas, porque ele…”

Anne apertou a caixa com força, amassando o recipiente e derramando caldo quente em suas mãos.

― Ahhh! ―

Tommy, imediatamente, abriu a garrafa de água que estava ao seu lado e pegou a mão de Anne, lavando a queimadura e dizendo:

― Não se mova. ―

A água escorreu por sua pele, refrescando o ardor.

― Ohh. Ficou vermelho ― Tommy disse, franzindo a testa, enquanto olhava para a mão da jovem.

Anne viu como Tommy estava preocupado e se sentiu mal:

― Estou bem. O caldo já não estava tão quente. ―

Tommy olhou Anne e disse, sério:

― Não importa a gravidade do seu machucado, quero sempre cuidar de você. Se você perder uma mão, eu te dou uma minha! ―

A forma, ao mesmo tempo serena e brincalhona com que Tommy falou descontraiu o ambiente e Anne começou a rir, enquanto respondia:

― Como assim? Você vai cortar sua mão e dar pra mim? ―

― Claro! Por quê? Você não quer minha mão? Aqui na clínica eles fazem esse tipo de coisa, não fazem? ―

― Para de brincar! ― Anne tentava controlar a risada.

Uma sombra passou pela sala e a figura alta, exalando um ar opressor parou perto do casal. A porta estava entreaberta e Anthony viu a interação entre Tommy e Anne. A mão de Anne ainda estava entre as de Tommy.

Como a figura exalava uma aura poderosa, Tommy sentiu a atmosfera incomum e olhou para trás. Anne também olhava e, assim que seus olhos encontraram o olhar frio e sombrio do demônio, seus nervos se contraíram e suas pernas viraram geleia. A jovem quase escorregou da cadeira e caiu no chão.

― Anthony? ― Tommy ficou surpreso, mas, rapidamente se levantou e deu um passo à frente, se colocando entre o primo e Anne. No entanto, isso assustou ainda mais a jovem, afinal, Tommy agia como se houvesse algo entre eles e a ameaça de Anthony continuava assombrando seus pensamentos.

Confuso, Tommy disse:

― Há quanto tempo, primo. Não esperava vê-lo. Por que você está aqui? ―

O lugar era uma clínica estética e Tommy não achava que o rosto bonito de Anthony, que até o deixava inseguro, tivesse algo para trabalhar. A menos que ele estivesse ali por Anne.

― Eu estava passando ― disse Anthony, com frieza.

Tommy tentava escolher a melhor forma de agir:

― Não nos vemos há tantos anos. Que tal tomarmos uma bebida e colocar o assunto em dia? ―

― Claro. ― Anthony não recusou. Entretanto, quando ele se virou, seus olhos de águia se fixaram em sua vítima, que não ousou fazer nem um som.

Depois que os dois homens saíram, Anne ficou mole e relaxou. Suas costas suavam.

Ela sabia por que Anthony estava ali. Se o Grupo Arquiduque tinha comprado a clínica. Em outras palavras, a clínica agora era de Anthony e ele poderia aparecer ali sempre que quisesse.

Anne cobriu o rosto impotente. O homem tinha comprado uma clínica inteira apenas para poder controlar a jovem. Quem poderia pensar que alguém iria tão longe para garantir que ela não tivesse liberdade?

Anne pensou na cirurgia que ela fez. “Será que Anthony mexeria nos arquivos e descobriria? Provavelmente não. Por qual motivo ele verificaria os arquivos antigos dos clientes.”

Chegando nesta conclusão, a jovem ficou mais à vontade e voltou ao trabalho. Quando o procedimento terminou, eram cerca de nove da noite e Anne foi direto para o vestiário. No entanto, quando abriu o armário e se preparava para se trocar, o celular começou a tocar. Se tratava de uma chamada de vídeo e a jovem ficou furiosa. Ela tinha deixado claro, várias vezes, para que Nancy nunca ligasse e, além disso, não era nem de dia, na França!

Anne respondeu:

― Olá? ―

― Mamãe? É a mamãe? ― Uma voz infantil foi ouvida e o coração de Anne se suavizou, como se toda a sua fadiga tivesse desaparecido.

― Sim, sou eu. Que horas são? Por que você está acordada? Onde estão seus irmãos? ― Perguntou a jovem, tudo de uma vez.

Chloe fez beicinho e respondeu:

― Tá todo mundo dormindo. Tenho saudade da mamãe! ―

O palpite de Anne estava certo. Sua filha tinha pegado o celular de Nancy, escondido. Ela não a culpou, mas sorriu. Afinal, as crianças não sabiam de nada.

― Eu também sinto sua falta, meu amor. ―

― Como vai o trabalho da mamãe? ―

― Acabei de terminar o trabalho. Estou indo para casa! ―

― Você está vindo? ―

Anne estava prestes a dizer algo, quando a voz sonolenta de Nancy foi ouvida:

― Chloe, por que você está no telefone? ―

― Liguei para a mamãe! ―

― Eu não disse que não podemos ligar quando ela está no trabalho? ―

― Mas… ―

Anne ouviu a voz adorável de Chloe e ela tinha um sorriso gentil no rosto. Ela planejava fazer uma videochamada mais tarde, quando na França, fosse manhã.

A porta do vestiário se moveu e Anne pensou que era alguma colega, mas quando olhou para trás, encontrou um par de olhos sinistros. Ela estava tão apavorada que empalideceu.

― Para quem você está ligando? ― Anthony perguntou com uma expressão vazia.

― Pra ninguém… ― Anne endureceu, com medo.

― Me dê o telefone! ―

Anne ia fugir, enquanto terminava a ligação, mas a mão do homem foi ainda mais rápida…

― Ahhh! ― Anne engasgou e quis pegar o telefone de volta, mas seu pescoço foi prensado no guarda-roupa.

Anthony pegou o telefone, mas a ligação já tinha sido encerrada. Para ele, aquilo não era problema. Ele ligou de volta e colocou no viva-voz.


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